sábado, 23 de outubro de 2021

Homenagem ao Felipe Ferreira


 Cresci rodeadas de pessoas especiais, pessoas com todo tipo de deficiência, o que mais me chamava atenção era pessoas com síndrome de down, sempre achei o síndrome uma criança linda, sentia um apego tão grande que não conseguia explicar, uma vontade de brincar o tempo todo, de tocar em suas mãos, de ver o seu sorriso, sempre via o Felipe (in memoriam) que tinha síndrome, um bebê lindo, que sempre quando avistava vindo pelo corredor já abria o meu sorriso e o meu coração já se enchia de alegria, mais como era muito pequena não entendia aquele apego e todo aquele amor e carinho que sentia dentro de mim, de ficar perto, de sentir alegria ao tocar em suas mãos ver o seu sorriso, de brincar o tempo todo com você.   

Ao sair lá de tia Marta, passei por mais duas clínicas, mais não tinha como a de tia Marta. Me recordo que um pouco já grandinha comecei a fazer fono no PAM e lá tive o prazer de reencontrar a Sheillinha que também fazia comigo lá em  tia Marta, lembro que sempre quando via ela eu falava para minha mãe

-"mainha, tenho tanto amor pela Sheillinha, sabe mãe, quando vejo ela sempre vejo ela sempre me lembro do Felipe (in memoriam), mainha porque que eles são tão parecidos eles são  primos?

-"São não meu amor, a Sheillinha e o Felipe (in memoriam) tem síndrome de down, quem tem síndrome são todos parecidos."

    Passei muitos anos afastada de todos os tratamentos, fisioterapia, fonodióloga. Mais no ano de 2014 passei pelo meu primeiro problema de depressão onde precisei tomar remédios controlados, quando estava um pouco melhor a minha mãe já conseguia me tirar de casa, e procuramos ajuda em DRº Sueli Oliveira, onde fui chamada para participar de um grupo de pessoas especiais, dentre elas tinha a Débora e a Giovana que possuem síndrome de down e desde do primeiro dia que só queria ficar ao lado delas,  meses depois entrou a Sheilinha onde tive a imensa alegria de reencontra-a, desde do seu primeiro dia que em toda as reuniões só queria ficar ao seu lado, amava ajuda-la em tudo, e sempre ao fim das reuniões pegava em sua mão e levava até sua mãe. Convivendo com essas crianças, como já era grandinha amava ajudar em todas as atividades, como também nos passeios em equipe adorava pegar na mão e ajudar a trilhar o caminho junto de toda equipe e foi  ai que Descobrir o meu amor pela  síndrome


 

Me recordo que em toda vez em que saia da reunião que minha mãe me pegava para irmos para o carro eu  sempre falava:

- Oh mainha, como amo brincar com a Sheillinha, mainha nas reuniões ajudo ela em tudo, ela é a minha bebê. Sabe mãe, ver a Sheillinha, me lembro muito do Felipe (in memoriam) que fazia com agente lá em tia Marta, ele tem síndrome né mainha?

- É sim meu amor

-Achava ele um bebê tão lindo e tão fofo,  mainha qualquer dia me leve para ver ele, para mim brincar um pouco com ele

-Amor, eu não sei onde ele mora e também pedir o contato com a mãe dele

    Lembro que em uma certa tarde, não me recordo onde estava, estava com os meus primos brincando, e dai parei um pouco de brincar e corri onde estava a minha mãe, e ao chegar próximo dela ouvir uma pessoa dizendo a ela que você haveria partido, me sentir logo triste, com o coração despedaçado,  mas mesmo sem saber se era você ou não mais o meu coração dizia que era você, me sentir muito triste e, comecei a me lembrar de você, e falei comigo mesma:

- O Felipe (In memoriam) se foi? Não, não acho que é outro Felipe

 -Mas, e se for o mesmo Felipe (In memoriam) que fazia comigo lá em tia Marta, como será que está a mãe dele? Mesmo sendo muito pequena naquela época me recordo de como ela chamava ele, chamava sempre de minha vidinha, era muito lindo o amor deles dois.

E então logo pensei "se for o Felipinho mainha vai me dizer alguma coisa quando chegamos em casa.Então mesmo sem saber que era o mesmo Felipe (in  memoriam) me bateu uma enorme vontade de conversar com Deus:

-Senhor, será se é o mesmo Felipe(in memoriam) que conheço? Que crescemos juntos lá em tia Marta? Senhor se for ele mesmo estou me sentindo tão triste, achava ele um bebê tão lindo e tão fofo, senhor se for ele mesmo peço que cuide dos pais dele, conheço a mãe dele só não recordo qual o nome dela, que infelizmente perdemos o contato, senhor por favor, cuida dela, ajuda nessa hora tão difícil, conforta o coração dela, e em dias difícil segura em sua mão.

    Senhor, já pedir o meu Pedro (in memoriam) uma criança linda, alegre que sempre transbordava os meus dias de alegrias, sei que tem dias que não são nada fáceis, em muitos dias amanhecia triste, chorando muito, e nesses dias o senhor me ajudou, sempre me dava forças para se levantar, o senhor sempre colocava algo que me fizesse sorrir. Senhor peço por favor cuida da mãe do Felipe (in memoriam)  assim como o senhor  cuidou de mim, e em dias difíceis passa a mão em seu coração para que possa aliviar a sua dor.  

        Quando chegamos em casa, vinha no sentido de perguntar a minha mãe sobre aquela conversa, mais ai cheguei um pouco enfadada de tanto que haveria corrido com os meus primos naquela tarde, que logo adormeci. Os dias foram se passando e ai esqueci de perguntar a minha mãe sobre aquela conversa, talvez para mim era uma forma de acreditar que você não teria partido, ainda estava aqui entre nós. Até que um certo dia estava no facebook e a primeira pessoa que apareceu na solicitação de amizade foi a sua mãe, quase não acreditei que finalmente tinha encontrado vocês, e sair correndo pela casa para contar a minha mãe

-Mainha, mainha, olha quem achei no face, a mãe do Felipe (in memoriam), será se ela se lembra de mim?

-Quem Elenice

-Mainha o nome dela não é Elenice,  é Lenilce, vou adicionar ela e depois vou perguntar por Felipe (im memoriam), mainha combine para mim ir visitar ele para mim brincar  um pouco com  ele

-Tá bom, deixe logo ela te  adicionar

     Retornei para o quarto, nem acreditei que haveria reencontrado a Lenilce a mãe do Felipe (in memóriam) mal podia esperar que ela pudesse me adicionar e finalmente a minha mãe pudesse combinar com Lenilce de irmos visitar e poder brincar um pouco com Felipe,enquanto ela não me adicionava fui olhar se suas fotos eram abertas, para que pudesse ver como você estaria atualmente,mais quando abrir sua primeira foto e vi a  mensagem cair no choro

-Mãeee

E ao ouvir meu choro soltou tudo o que estava fazendo e veio até o meu quarto

- O que houve meu amor?

-Mãe ele se foi

-Ele quem amor?

-O Felipinho (in memoriam), ow mãe, encontrei ele tarde demais, você não vai poder mais marcar com a Lenilce para mim ir ver ele para mim ir brincar com ele, pois ele não estar mais entre nós, s sim, ao lado de Deus

 


Felipe (in memoriam) infelizmente quando conseguir contato foi tarde demais, quando finalmente te reencontrei você já tinha partido para o lado do pai, durante muitos anos perdermos o contato mais quero que saiba que jamais te esqueci. Os anos se passaram, sei que já estava um rapazinho, mais para mim você sempre foi aquele bebezinho lindo que sempre abria o meu sorriso quando te avistava  vindo nos braços de sua  mãe

 

Me recordo como se fosse hoje, a última vez em que se reencontramos foi no ano de 2010 em uma manhã linda de sol, estava em uma excursão da escola onde formos visitar APAE, ao chegar lá você foi a primeira pessoa tive a alegria de reencontra-la saído nos braços de sua mãe, mesmo depois de muitos anos sem nos vermos mais conheci logo vocês, afinal, não dá pra esquecer pessoas tão especiais como vocês, já que estava no braços de sua mãe, e, como não estava com a minha mãe e sim com o pessoal da escola e não queria perder de vista apenas peguei no seu pezinho como forma de carinho, só que o que jamais imaginava era que naquela manhã, iria ser a última vez em que te reencontrava. Ow Lipe (in memoriam) se eu pudesse imaginar que naquela manhã seria a última vez em que teria te reencontrado teria brincado um pouco com você, sem se importar se me perdesse da fila ou não, o que importava era que estaria com você, brincando e fazendo de tudo para ver o seu sorriso que enchia o meu coração de alegria 


O sorriso de um síndrome para mim não tem preço, muitas vezes eu chagava lá em tia Sueli um pouco triste mais ai quando via um sorriso de um síndrome por um segundo esquecia de tudo o que estava passando naquele dia, e automaticamente me lembrava de você e daí pensava “ toda vida que estou com elas me lembro muito do Felipe (in memoriam) como será que ele está? Ai que vontade de reencontra-la, de abraça-la, de poder brincar com ele”

Mais infelizmente Lipe você se foi antes do nosso reencontro  queria ter dito a alegria de abraça-la de brincar com você no chão, e dizer que os anos se passaram mais nunca te  esqueci, dizer que você é muito especial e toda vez em que via uma pessoa com síndrome de  down, que abraçava uma pessoa com síndrome de down era em você que pensava, mais infelizmente Deus não permitiu esse reencontro, mais sei que em algum dia vamos se reencontrar na morada eterna, e lá, vamos poder brincar para sempre.

        A vida é mesmo engraçada né Lipe (in memoriam)? Me recordo que tinha muita vontade de te reencontra-la de abraça-la e muitas vezes aos domingos à tarde estava perto de sua casa junto com minha família e jamais imaginava que você estava tão próximo a mim e infelizmente eu não sabia. Depois do meu reencontro com sua mãe, e que soube onde era sua casa muitas vezes me bate uma tristeza e daí converso com Deus

- Meu Deus, como pode tinha muita vontade de reencontra-la o Felipe (in memoriam) de brincar um pouquinho com ele, e quando me lembro que quase todos domingos estava tão perto dele, apenas uma rua à frente de sua casa e jamais imaginava que ele estaria ali, tão próximo a mim, e eu não sábia, como também um dia a noite, passei em frente à sua casa a pé mais jamais imaginava que você estaria ali

                Sabe Lipe (in memoriam) me recordo que uma certa noite estava em um aniversario ai no boa vista, e sempre quando chegava no aniversário, ficava em uma mesa com meus primos e um grupo pequeno de amigos, e daí um deles disseram

-Ei, vamos andar?

-Vamos

-vamos, vamos Lelinha com a gente, vamos rodear o memorial e a praça da convivência

E então fui falar com minha mãe

-Mainha, vou andar com os meninos, vamos só no memorial e rodear a praça da convivência

-Vá, mas cuidado viu

                Naquela noite andamos aquela avenida do Boa vista todinha a pé, paramos um pouco na praça de convivência, onde sentamos em uma mesa e ficamos jogando conversa fora e rindo um pouco. A vida é mesmo engraçada né Lipe (in memoriam) naquela noite a mesa em que paramos na praça de convivência ficava mesmo enfrente a sua casa, onde ficamos quase a noite toda rindo e jogando conversa fora por quase a noite toda, e jamais poderia imaginar que você estaria ali, tão próximo a mim, que para te ver só bastava atravessar a rua, mais infelizmente eu não sábia.


 

Depois do meu reencontro com sua mãe e também que tive a certeza que você teria partido, tive a oportunidade de pedir sua autorização para te homenagear em meu livro autobiográfico que está sendo construído.

HOMENAGEM QUE ESTÁ NO LIVRO

Felipe, sei que hoje não está mais entre nós, sei que está descansando em sua morada eterna, sei que não te via muito, pois morávamos um pouco distante, como também tínhamos perdido o contato, e por causa disso não dava pra mim brincar com você, nem te abraçar, nem te fazer um carinho, assim como faço com todas  as pessoas que tem síndrome, mais saiba  que tenho um carinho imenso por você, quero que saiba que sempre gostei   muito de você, pena que não pude dar o último abraço, nem o último Adeus.

Sabe Lipe, me recordo a última vez em que te vi foi em 2011 em que estava em uma excursão da escola, onde estávamos visitando a APAE, quando iríamos entramos tive uma enorme surpresa a primeira pessoa em que reencontrei foi você e sua mãe, para mim foi uma alegria enorme, meu coração se encheu de alegria ao te ver, mais como estava um pouco apressada e com medo de perder o pessoal da escola de vista, apenas peguei em seu pezinho.

                                Ah! Lipe, se eu pudesse voltar no tempo, se soubesse que aquela manha seria a última vez em que a gente se encontrava, teria brincado um pouco com você, teria feito um carinho em seu rosto, como também haveria dito que nunca haveria te esquecido, não me importava se me perdesse do pessoal ou não, depois poderia correr para alcança-la.

                               Sabe Lipe, muitas vezes me bate uma enorme tristeza em meu coração por pensar que quase todos os domingos a tarde estava ali tão próximo a você, pois sempre iria para casa da minha tia que mora uma rua após a sua e não podia imaginar que estaria ali, tão próximo a você e não iria te visitar, pois haveríamos perdido o contato e jamais poderia imaginar que você morava ali.

                               É Lipe, o tempo passou mais nunca lhe esqueci, onde quer que você esteja saiba que te amo e sempre irei te amar meu bebe lindo, sou muito honrada pois Deus me Deu a oportunidade de ter crescido ao seu lado, sei que não era mais um bebê, pois já havia crescido, mais para mim você foi e sempre será o meu bebê lindo. 

Descanse em paz, meu amigo

Te amo, e sempre irei te amar, você foi e sempre será o meu bebê lindo.

Como também depois do meu reencontro com a sua mãe peguei um carinho tão grande por ela que não consigo como explicar e preparei uma pequena homenagem para ela 

MENSAGEM A LENILCE (SUA MÃE)



Lenilce, desde do dia em que em que ouvir por alto que Felipinho (in memoriam) tinha ido embora, ainda nem tínhamos contatos ainda, mesmo sem ter certeza de que era o seu Felipe (in memoriam), pensei logo em você, em como você estava, mais como saber notícias, se haveríamos pedido o contato, mais mesmo sem ter notícias suas, mais na tarde em que ouvir a notícias da partida do Felipe (in memória) orei muito por você.

    Lembro que em uma certa noite, te vi online no Messenger e me bateu aquela vontade de saber como você estar, e ai abrir e digitei   um oi, boa noite, mais antes de enviar apaguei, apaguei porque não sábia como iniciar aquela conversa, como também não saberia se você se lembrava de mim ou não, afinal foram tantos anos sem nos vermos, tantos anos sem notícias acho que ela nem lembra de mim mais, e desistir de te mandar o oi.

                Semanas depois, uma certa noite quando entrei no quarto para se deitar e assistir televisão, e daí do nada me bateu uma saudades de você, vontade de recontara-la de dar um abraço, a saudades estava imensa que do nada  lagrimas rolaram sobre o meu rosto, e não conseguia compreender porque que estava sentido tanta saudades de você naquela noite, fazia tanto tempo que não o via, não sabia nem se lembrava de mim e então falei com Deus

-Deus, porque que de repente estou sentido tanta saudades de Lenilce, sei que nunca esqueci dela mais nunca sentir tanta saudades assim, não sei nem como reencontrar ela

E no dia seguinte quando me levantei e fui olhar o meu celular e encontrei a resposta de Deus através de uma postagem, postagem da boneca enfermeira, era o que estava procurando para dar de presente para minha tia desde que soube que a minha tia viria passar as férias comigo aqui no RN.

Impressionante né Lenilce o nosso reencontro aconteceu através de um alguém que jamais pude imaginar, através da minha tia de São Paulo. Lembro que na primeira vez que falou comigo no Whastssapp você conversou comigo sem nem saber que era eu kk. Nossa no fins de semana da chegada da minha tia quase não dormia de tanta ansiedade, o domingo só faltava não chegar, estava muito ansiosa por dois motivos, ansiosa para a chegada dos meus tios  e também muita ansiedade para te ver, pensava que iria ser apenas aquele reencontro, mais ai foram aparecendo novas oportunidades de te ver e a cada reencontro ia me apegando, lembro que no segundo reencontro você me recebeu com um abraço, nossa quando estava te abraçando sentir até vontade de chorar, mais não de tristeza e sim de emoção, emoção por estar abraçando uma pessoa tão especial como você, emoção pois agora poderia andar ou  até correr   ao seu encontro, mal podia acreditar que estava te abraçando naquele momento, uma pessoa tão  especial e tão importante para mim, lembro que quando você me via quando era pequena apenas engatinhava, não saberia andar, não me  recordo se você já tinha me visto andar ou não.

Te Amo muito Lenilce, você é muito especial e importante pra mim, o tempo passou mais jamais te esqueci, pois pessoas especiais como você não dar para esquecer, não quero mais perder o contato com você.

Que Deus esteja sempre ao seu lado e nos dias difíceis ele segure a sua mão.

Te Amo muito Lenilce, você é muito importante e muito especial em minha vida, obrigada por você existir em minha vida. Te Amo pra sempre

Um comentário:

  1. Lelinha muito obrigada pela homenagem ao meu filho, chorei rios de lágrimas, voltei no tempo e lembrei de todos os nossos momentos em Dra.Marta. Minha querida muito obrigada, eu amei fique sabendo q vc continua sendo muito especial pra mim. Bjs no ❤

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