Biografia de Maria Das Graças Fernandes
No dia 09 de outubro de 2024 fui pega de surpresa pela equipe do CAIC –Escola Estadual prof. Alvenir de Freitas Dias do município de Apodi – RN, Escola onde minha tia Gracinha (in memoriam) trabalhou como professora de artes e Biologia das turmas do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, por alguns anos de sua vida até a sua tão sonhada aposentadoria. E nesse determinado dia, a professora Adrielly Marinho que atualmente está assumindo as turmas da minha tia desde que a mesma se aposentou, entrou em contado comigo me pedindo algumas informações sobre a minha tia e me pedindo algumas informações dela, relatando que a escola iria fazer uma homenagem para ela e me pedindo para que estivesse passando as seguintes informações:
- Sua Formação
- Quantos anos passou na escola?
- Histórico Familiar
- Uma foto
Histórico familiar? Mais o que Séria histórico familiar? Confesso, que nem eu saberia o que falar, então, através de pesquisas feitas pela internet e conversas com familiares e alguns amigos, passei a tomar conhecimento que histórico familiar é você construir tipo uma autobiografia, contar um pouco sobre a sua trajetória de vida, de onde veio, quem são os seus pais, e o que fez para chegar até aqui.
Existe dois tipos de textos, o texto biográfico e o texto autobiográficos, os nomes podem até ser parecidos, mas existe uma enorme diferença na produção desses textos, o texto autobiográfico é quando iremos descrever sobre os conteúdos produzindo um texto sobre a nossa vida, e o texto biográfico é quando iremos descrever sobre a vida de alguém.
Produzir um texto biográfico parece fácil, acho uns dos tipos de textos maravilhosos tanto de se produzir como de se ler, mais já para o escritor na hora de sua produção ele se torna difícil, principalmente se tratando de um alguém que já se foi, e que quando chegou ao mundo você nem pensava que algum dia iria existir, pois para a produção desse texto você precisa recolher dados específico sobre aquela pessoa a quem o texto irá se referir, perguntas como:
- Qual a sua origem
- Como foi a sua infância?
- E o que fez para chegar até aqui?
Descrever sobre a vida de alguém parece fácil, e é, principalmente quando a pessoa é do nosso convívio, eu e minha tia, apesar de moramos em cidades diferentes mais erámos muito ligadas uma na outra. Como citei no inicio do texto, peguei um grande desafio que foi descrever o histórico familiar da minha tia Gracinha (in memoriam). Descrever sobre da minha tia, para mim foi um momento único, mágico e incrível, me sentir como nos velhos tempos, voltei até a minha infância que sempre quando se aproximava a hora do almoço, café da tarde ou do jantar a gente sempre se sentava na mesa, e lá passávamos horas e horas conversando sobre algo relacionado com sua vida, o que ela teria feito para chegar até ali e finalmente ser concursada pelo estado. Diante dessas conversas realizadas com a minha tia e através de pesquisas com amigos e familiares, dentre de duas semanas fui conseguindo desenvolver a biografia da minha tia Maria Das Graças Fernandes, que infelizmente não estar mais entre nós, Deus o recolheu no ano de 2023.
TEXTO ENVIADO PARA A
EQUIPE DO CAIC- ESCOLA ESTADUAL PROFº ALVANIR DE FEITAS DIAS (EM APODI – RN)
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Arquivo pessoal |
Maria das Graças Fernandes,
Gracinha, assim como era chamada por todos, nascida no dia 26/06/1957, na
maternidade Claudiana Pinto na cidade de Apodi- RN. Filha de Maria Moreira da
Silva (in memoriam), conhecida como Maria de Saboia e Zozímo Fernandes da Silva
(in memoriam). Gracinha (in memoriam) veio de uma família grande com dez irmãos
e oito sobrinhos, uma pessoa de coração bondoso que fazia sempre o que podia
para ajudar os seus sobrinhos.
Maria das Graças, a nossa eterna Gracinha, é a terceira filha de seu Zózímo e dona Maria ambos in memoriam, uma pessoa alegre e de um sorriso iluminado, a sua alegria contagiava a todos que arrodeavam, passou a sua infância na Marechal Floriano, foi uma infância um pouco difícil, pois a sua família não tinha muitas condições naquela época.
Gracinha Nasceu e cresceu na cidade de Apodi na rua Marechal Floriano, me recordo que ela sempre nos contava naquela época em que ela e seus irmãos eram crianças, falando que no tempo deles não era tão simples assim, eles não tinha nem a metade do que nós temos hoje, pois como a família era grande com crianças numerosas seus pais não teria muitas condições de vida, seu pai trabalhava na agricultura e a sua mãe lavava roupa para fora para adquirir o sustento da família, e o pouco que o casal ganhava nem sempre era o suficiente para colocar a comida na mesa.
A mesma, sempre relatava para nós seus sobrinhos,
talvez até como forma de incentivo em relação aos estudos, que durante a sua
adolescência precisou sair de casa para trabalhar, o seu primeiro emprego foi
na casa de um casal Dona Maririnha e seu Lauro (in memoriam), que lhe acolheram
muito bem, as filhas do casal tinha um enorme afeto por ela e o levavam para
todo canto, ela relatava que mesmo
trabalhando na casa da família ainda arranjou mais dois empregos, na Maçonaria
da cidade, onde a mesma trabalhava na limpeza e no outro no antigo cinema da
cidade e lá vendia bilhetes.
Além desses dois trabalhos e ainda fazendo os
afazeres da casa onde trabalhava, ela relatava que não esquecia dos estudos,
pois pretendia alcançar os seus objetivos que era passar num concurso público, e
com isso, sempre nos contava que mesmo cansada da luta de seu dia- a- dia, mais
usava a noite para se dedicar aos estudos e virava a noite mesmo sabendo que no
outro dia iria trabalhar pois, queria atingir seus objetivos.
Até que um dia todo o seu mérito e esforço em relação
aos estudos valeram a pena, no ano de 1990 passou num concurso do Estado para
ser professora de ciências do primário, onde trabalhou por quase um mês no
município de Itaú – RN, e logo em seguida foi transferida para sua cidade natal
Apodi – RN, onde trabalhou alguns anos na Escola Estadual professor Gerson
Lopes e lá pode trabalhar por um tempo dando aula de ciências e em seguida foi
transferida para o CAIC – Escola Estadual prof. Alvanir de Freitas Dias como
professora de ciências e artes, e quando conseguiu sua formação em ciências
biológicas através do programa PARFOR – Plano Nacional de professores para
Educação Básica, passou a assumir as turmas do 6º ao 9º ano e lá trabalhou até
a sua tão sonhada aposentadoria. Após a aposentadoria passou a cuidar de seus
pais que já eram idosos e também ao seu irmão José Flávio (in memoriam) a quem
sempre tinha um carinho especial e que cuidava tão bem como uma mãe, a partir do
momento em que o mesmo foi diagnosticado com Esquizofrenia.
Gracinha, já concursada e com emprego fixo, ainda não
desistiu de seus estudos, continuou correndo atrás de sua formação com o
objetivo de aperfeiçoar mais o seu trabalho como professora, iniciou sua vida
acadêmica na UVA – Universidade Estadual
Vale do Acaraú, e logo em seguida conseguiu entrar na UERNE –
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte através do programa PARFOR – Plano
Nacional de professores para Educação Básica para cursar ciências Biológicas na
UERN que era a sua verdadeira área que atuava enquanto professora.
Todos nós vivemos na certeza em que algum dia vamos
perder alguém, afinal está é a lei da vida, um dia Deus nos colocou aqui na
terra para uma missão, e quando cumprimos a nossa missão Deus nos leva para
junto dele, mais penso que no meio dessa missão há uma preparação para que as
pessoas que iremos deixar aqui na terra possa se despedir mesmo aos poucos sem
saber da pessoa que amamos e que iremos deixar aqui nesse mundo e isso é o que
chamamos do momentos de despedida.
Mais, infelizmente não foi isso o que aconteceu com a
nossa Maria das Graças, Gracinha, uma mulher forte que sempre se cuidava, amava
fazer hidroginástica e também fazia caminhada no calçadão da Lagoa, em um
simples domingo do dia 22 de janeiro em um domingo a noite, após o jantar
Gracinha começou com um simples mal estar, mais nada com que a família se
preocupasse pois mal estar é uma coisa comum, e desse mal estar no dia 25 de
janeiro do ano de 2023 por volta das 04:30 pra 05;00 da manhã, o brilho do seu
sorriso se apagou a nossa querida Gracinha veio a óbito sem explicação, nós causando muita dor, sofrimento e
saudades. Para nós de sua família e amigos, sua partida foi algo muito doloroso
e o que mais sofremos foi que você se foi do nada sem explicação, partiu antes
do tempo e o porquê? Infelizmente ninguém sabe
e ninguém nunca irá saber, pois não conhecemos como é a vida do outro
lado, mais uma certeza tenho, o lugar onde você estar, estar arrodeado de luz,
iluminando sempre o seu sorriso, pois de uma coisa tenho certeza, você era uma
pessoa muito iluminada, e nós que ficamos aqui na terra todos os dias sentimos
sua falta.
Autora do texto:
Mirelli Luzia, sua sobrinha
Pedagoga e escritora
Texto apresentado na semana
cultural da escola CAIC no município de Apodi – RN no dia 14 de novembro do ano
de 2024
TEXTOS EXPOSTO NA PAREDE DA ESCOLA CAIC
Para mim, enquanto sua sobrinha, descrever esse texto biográfico sobre
tia Gracinha (in memoriam), uma tia
que apesar de moramos em cidades diferentes mais mantivemos uma ligação muito
forte, para mim foi uma emoção muito grande, diante de alguns momentos com a
produção desse texto, e ao chegar em algumas partes determinadas do texto em
alguns fatos relacionados sobre a sua vida antes mesmo da minha chegada ao
mundo que só quem poderiam responder seriam você, lagrimas poderão escorrer
sobre o meu rosto ao pegar meu celular e me dei conta que não poderia mais
ligar para você, pois você não estar mais entre nós para mim dar as informações
necessária que ligam um texto biográfico,
Minha tia, quanto
para mim e como para todos o que conheciam, era uma mulher incrível, amigável
sempre com um sorriso estampado no rosto que estava sempre de bem com a vida,
em alguns momentos de sua infância, saio de casa muito cedo para trabalhar em
busca de sua independência. Até que por meio de estudos ela venceu, chegando ao
topo de onde queria e com certeza antes de ir embora dessa vida ela aproveitou
muito, viajando por diversos lugares do Brasil e somente com um grupo de
viagens, e para ela não tinha amigos certos com quem pudesse lhe acompanhar
durante as suas aventuras quando uma amiga não iria, ela logo arranjava outra no
meio daqueles grupos de viagens que participava. Minha tia, aproveitou muito
dessa vida, não sei porque Deus te levou embora assim tão de repente nem sequer
deixando ninguém se despedir de você, e hoje tia, tenho certeza que no lugar
onde você está, está cheio de luz assim como o seu sorriso, deixando um enorme
vazio aqui na terra, sei que já se passaram um ano e dez meses de sua partida e
não conseguimos compreender porque você se foi, descanse em paz tia, nunca vou
te esquecer, você foi uma mulher e uma tia incrível, te amo e para sempre irei te amar.
Saudades Eternas tia Gracinha...
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Arquivo pessoal Um sorriso 26 de junho de 1957 Uma lagrima 25 de janeiro de 2023 |
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